Toda aquela gente,
rosto colado ao chão,
preces eleva
bem alto aos céus,
pra alguém de lá escutar.
A multidão olha pro mar,
que calmo,
nada ouvindo,
joga, tão brando,
ondas na praia.
As preces,
mais altas agora,
e o som se propaga
por todo o oceano.
Do céu então,
um trovão se faz ouvir,
e um clarão, no horizonte,
ofusca os olhos desta gente.
As águas do mar
se agitam,
logo se acalmam;
as vozes se calam
e os corações se precipitam.
As gaivotas revestem de branco,
o sol doira,
o céu muito azul
emoldura o espetáculo.
Tudo emudece
e adora,
espera,
palpita,
desfalece...
Um murmúrio agoniza
no intimo suplicante
de cada ser que balbucia...
Aceita...Senhora...
E os barquinhos vão
velejando sozinhos.
Vão tangidos pelo vento,
impelidos para o mar,
envoltos na espuma das águas.
É o pão de um
de cada dia.
É o sangue,
é a esperança
desta gente,
que vão,
tragados pelo mar,
aceitos por “IEMANJÁ”
AUTOR: Edison Rodrigues Paulino
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